Produção industrial cresce 0,5% em setembro, aponta IBGE Mateus Bruxel/Agencia RBSEm 2016, no entanto, setor acumula queda de 7,8%

A produção industrial brasileira cresceu 0,5% em setembro na comparação com agosto deste ano, incluindo o ajuste sazonal. Na comparação com setembro de 2015, entretanto, a queda é de 4,8%. Os números foram divulgados nesta terça-feira pela Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O avanço de 0,5% na indústria em setembro contrasta com o resultado do mês anterior, quando a área teve um recuo de 3,8% — a primeira marca negativa após cinco altas seguidas e a pior taxa mensal registrada desde janeiro de 2012.

Nos primeiros nove meses de 2016, a indústria apresenta retração de 7,8%. Já na soma dos últimos 12 meses, entre outubro de 2015 e setembro de 2016, o setor acumula recuo de 8,8%.

No terceiro trimestre, a produção industrial caiu 5,5% ante igual trimestre de 2015. Além disso, a produção da indústria de bens de capital caiu 5,1% em setembro na relação com o mês anterior, informou o IBGE. Na comparação com setembro de 2015, o indicador mostra queda de 7,2%. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal — Produção Física (PIM-PF).

No acumulado de 2016, houve redução de 15% na produção de bens de capital. Em 12 meses, o resultado é de retração de 19,8%.

Em relação aos bens de consumo, a pesquisa registrou queda de 0,5% na passagem de agosto para setembro. Na comparação com setembro de 2015, houve recuo de 5,7%. No acumulado do ano, a queda é de 6,4%, enquanto a taxa em 12 meses é de recuo de 7,6%.

Na categoria de bens de consumo duráveis, o mês de setembro foi de alta de 1,9% ante agosto, e queda de 6,5% em relação a setembro de 2015. Entre os semiduráveis e os não duráveis houve diminuição na produção de 1,0% em setembro ante agosto, e recuo de 5,5% na comparação com setembro do ano passado.

Para os bens intermediários, o IBGE informou que o indicador teve alta de 1,2% em setembro ante agosto. Em relação a setembro do ano passado, houve redução de 4,1%. No acumulado do ano, houve queda de 7,6%, enquanto a taxa em 12 meses ficou negativa em 8,1%.

O índice de Média Móvel Trimestral da indústria ficou negativo em 1,1% em setembro.

Alimentos processados

O crescimento de 6,4% na produção de alimentos processados foi o principal responsável pela alta de 0,5% da indústria brasileira. Também tiveram crescimento importante os segmentos de indústrias extrativas (2,6%) e veículos automotores (4,8%).

De acordo com o pesquisador do IBGE André Macedo, apesar do crescimento médio de 0,5%, poucas atividades industriais tiveram resultado positivo na passagem de um mês para outro. Apenas nove dos 24 setores pesquisados tiveram crescimento.

— O resultado desse mês, embora tenha sido positivo, está muito concentrado em poucos segmentos industriais, como os produtos alimentícios, setor extrativo e veículos automotores, que além de mostrarem uma expansão mais acentuada neste mês, são setores que têm um peso importante dentro da estrutura industrial — disse.

Os produtos têxteis mantiveram a mesma produção em agosto e setembro. Entre os 14 setores em queda, os principais destaques foram as máquinas, aparelhos e materiais elétricos, com recuo de 8,1%.

Entre as quatro grandes categorias econômicas, houve altas de 1,9% nos bens de consumo duráveis e de 1,2% de bens intermediários (insumos industrializados usados no setor produtivo). Os bens de consumo semi e não duráveis tiveram queda de 1% e os bens de capital (máquinas e equipamentos) tiveram recuo de 5,1%.

FONTE: ZH/CLICRBS