O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério Público Federal fecharam um acordo para instalar mais de mil radares de fiscalização de velocidade em trechos críticos de rodovias federais. A decisão confronta a posição do presidente Jair Bolsonaro, que considera o sistema de radares uma “indústria da multa”.

O Dnit informou à Justiça que atualmente só existem 280 radares em funcionamento e que tem dinheiro para cumprir o acordo: instalar os 1.140 equipamentos.

O acordo envolve uma ação do Ministério Público Federal contra a decisão do governo de suspender a instalação de novos radares em estradas federais. A suspensão foi uma ordem do presidente Jair Bolsonaro. “Por que nossa preocupação é acabar com isso? Primeiro que é a indústria da multa, é para meter a mão no teu bolso, nada mais além disso”.

No acordo homologado nesta terça-feira (30), a juíza federal Diana Wanderlei determinou que os radares fixos que já estão funcionando nas rodovias federais sejam mantidos e que o governo instale outros nos pontos mais críticos das estradas, onde há mais risco de acidentes.

O Dnit terá dois meses para concluir a instalação de 1.140 radares. E depois também terá de fazer um estudo para analisar a necessidade de mais equipamentos em outros pontos das rodovias federais.

Na decisão, a juíza fez críticas veladas a Bolsonaro ao falar da importância de se tomar decisões como essa com base em critérios técnicos: “Não há margem para o subjetivismo alheio, devendo ser respeitados os estudos dos profissionais técnicos do respectivo ramo de atuação”.

A juíza disse que foi alvo de ofensas e ameaças depois que decidiu suspender os efeitos da ordem do presidente e destacou o reconhecimento dos técnicos em engenharia de trânsito da importância dos radares como um dos principais instrumentos de controle de velocidade a salvar vidas, diante da grande imprudência de muitos motoristas no Brasil, e da falta de respeito às velocidades impostas.

 

Fonte: Belos FM