O novo boletim da Dive-SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina), divulgado nesta segunda-feira (23), confirmou 21 casos confirmados de sarampo no Estado em 2019. São dois novos casos confirmados em relação ao último boletim, divulgado em 10 de setembro.

A circulação endêmica do vírus, que havia sido interrompida em 2000, voltou com tudo neste ano de 2019.

Desde então, registraram-se casos esporádicos e importados. Um caso em 2001, dois casos em 2003, quatro casos em 2005 e um caso no ano de 2013. Todos relacionados com histórico de viagens internacionais identificados com genótipo D8, que circula no continente europeu. Os últimos óbitos no estado foram registrados em 1992.

No ano de 2019 já foram notificados 239 casos com suspeita de sarampo para a Dive-SC. Destes casos, 161 foram descartados, 21 confirmados e outros 57 casos ainda estão em investigação e/ou reteste, conforme protocolo recomendado pelo Ministério da Saúde.

Entre os 21 casos confirmados, três foram de tripulantes de navio, em fevereiro, e outros 18 estão distribuídos nos municípios do Estado. Em Florianópolis foram 12 casos, três em Barra Velha e um em Guaramirim, Balneário Camboriú e Schroeder, totalizando os 21 casos.

Os casos confirmados até o momento são classificados como importados, pois as evidências epidemiológicas demonstram que, além dos tripulantes do navio de nacionalidade estrangeira, os novos casos registrados têm histórico de residência, deslocamento e/ou provável contato com casos confirmados no período de exposição no estado de São Paulo, onde está ocorrendo um surto e foram registrados mais de 97% dos casos de sarampo no país.

Entre os 12 casos confirmados em Florianópolis, seis são considerados secundários por residir no município, no entanto, contraíram a doença a partir de casos originários de São Paulo.

Entre os casos confirmados em Santa Catarina, nota-se predomínio na faixa etária de 20 a 29 anos, com nove casos confirmados (47% do total), seguido da faixa entre 10 e 14 anos, com três ocorrências (18%).

Recomendações

Considerando a alta transmissibilidade do sarampo, o atual comportamento da doença no cenário brasileiro e surtos ativos em três municípios de Santa Catarina, a  Dive, em parceria com as secretarias municipais de saúde, segue com a recomendação que na ocorrência de casos suspeitos de sarampo, sejam reforçadas as medidas de vigilância e controle com objetivo de detectar precocemente os casos e evitar a dispersão viral:

  1. Notificação imediata de casos suspeitos (pacientes com febre, exantema, coriza e/ou tosse e/ou conjuntivite);
  2. Atenção especial aos casos suspeitos de viajantes e/ou pessoas que tiveram contato com viajantes nacionais e internacionais nos últimos 30 dias;
  3. Orientação para o isolamento hospitalar ou domiciliar do caso suspeito até o final do período de transmissibilidade (entre seis dias antes do aparecimento do exantema até quatro dias após);
  4. Bloqueio vacinal dos contatos em até 72 horas e monitoramento destes por até 30 dias;
  5. Investigação dos casos quanto a possíveis fontes de infecção;
  6. Busca retrospectiva de casos em prontuários de hospitais e laboratórios públicos e privados;
  7. Atualização da caderneta de vacinação de crianças e adultos em todas as oportunidades;
  8. Coleta de amostras clínicas para sorologia e identificação viral e encaminhamento obrigatório ao LACEN (Laboratório Central de Saúde Pública).

A vacina tríplice viral é a maneira mais eficaz de prevenção contra o sarampo, além de proteger também contra rubéola e caxumba. Essa vacina é administrada a partir dos 12 meses de idade com reforço aos 15 meses. Todo indivíduo com até 29 anos deve receber duas doses de vacina. Dos 30 aos 49 anos, se não tiver sido vacinado anteriormente, deve recebe uma dose.

O sarampo é uma doença respiratória, exantemática aguda e extremamente contagiosa, que pode evoluir com gravidade e causar com complicações como pneumonia e encefalite. A transmissão ocorre de pessoa a pessoa por meio de secreções expelidas ao tossir, espirrar, falar. O contágio tem sido descrito por dispersão de aerossóis com partículas virais no ar, em ambientes fechados, como escolas, creches e clínicas.

 

Fonte: Belos