O vice-presidente de Produção da fundação Oswaldo Cruz, Marco Krieger, afirmou nesta 2ª feira (28.dez.2020) à CNN que o instituto pretende pedir ainda na 1ª quinzena de janeiro à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) o registro da vacina da AstraZeneca/Oxford.

“Estamos em processo de submissão contínua de dados com a Anvisa, realizando, desde setembro, reuniões periódicas com a agência. Já enviamos todos os pacotes de dados sobre a vacina, falta agora o último pacote de informações, que pretendemos enviar até o dia 15 de janeiro”, afirmou Krieger.

APOSTA DO GOVERNO
A vacina da AstraZeneca/Oxford é a principal aposta do governo brasileiro, que já comprou 100 milhões de doses por R$ 1,9 bilhão. Os recursos foram liberados por meio de uma medida provisória assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, que foi aprovada no começo do mês pelo Senado.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, havia dito que o registro iria ocorrer apenas no fim de fevereiro, se as etapas da agência reguladora forem concluídas sem problemas. Ele declarou na ocasião que o Brasil deveria “ter o registro definitivo da AstraZeneca no final de fevereiro. Mesmo que tenha chegado as 15 milhões de doses em janeiro”.

Feita em parceria do laboratório anglo-sueco AstraZeneca com a universidade britânica, o imunizante apresentou uma eficácia acima de 90%, de acordo com Pascal Soriot, CEO da empresa. Segundo ele, os cientistas “chegaram a uma fórmula perfeita da vacina” contra a covid-19.

O CEO afirmou ainda que o imunizante desenvolvido em parceria com a Universidade de Oxford deverá ser efetivo também contra a nova variante do coronavírus.

“Até agora, achamos que a vacina deve permanecer eficaz”, disse. “Mas não podemos ter certeza, então vamos testar isso”, completou.

A nova cepa do Sars-Cov-2, nomeada como B.1.1.7 ou VUI–202012/01, contém 23 mutações em seu código genético e já foi detectada em, ao menos, 12 países.

BOAS PRÁTICAS
Depois de certificar a produção da CoronaVac, vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech juntamente com o Instituto Butantan, o imunizante da AstraZeneca também recebeu certificação de boas práticas de fabricação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

A certificação é indispensável para análise de pedidos de uso emergencial e de registros definitivos dessas vacinas. “A etapa finalizada é um dos pré-requisitos para a continuidade do processo de registro e faz parte dos esforços contínuos da agência para a disponibilização das vacinas para a população com qualidade, segurança e eficácia no menor tempo possível“, disse a Anvisa, em nota.

ENTENDA AS FASES NA PESQUISA DAS VACINAS:
Fase 1 – uma pequena quantidade de pessoas é testada para verificar reações adversas e o nível de resposta imune. Leva até 6 meses;
Fase 2 – o indivíduo é exposto à contaminação do vírus para verificar o nível de proteção. O número de cobaias varia por idade, gênero e etnia em várias partes do mundo. A conclusão do processo dura até 1 ano;
Fase 3 – testagens em massa com a substância. Pode demorar até 1 ano e meio. A análise dos dados obtidos nessa fase pode levar ao registro e aprovação para uso comercial da substância;
Fase 4 – vacina disponibilizada para a população. Nessa fase ainda podem ser detectados efeitos colaterais que não eram conhecidos, mas a vacina já é considerada segura o suficiente para ser aplicada em massa.
No Brasil, o ministro Eduardo Pazuello (Saúde) disse que a ideia do governo federal é começar a imunização em fevereiro.

A campanha de vacinação contra a covid-19 já começou em, ao menos, 47 países


fonte =poder360