Veterinários do país vizinho visitaram granja e posto fiscal no Meio Oeste

Santa Catarina está prestes a vender suínos vivos para a Argentina. O estado já é líder nacional nas vendas de carne de porco, com 86 mil toneladas exportadas só no primeiro semestre de 2014, o equivalente a US$ 280 milhões.

Mas não tem tradição em venda de suínos vivos. -Não há registro disso pelo menos nos últimos dez anos- disse o fiscal federal agropecuário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Márcio Pinto Ferreira.

Quatro médicos veterinários do Serviço Nacional de Sanidade Agropecuária da Argentina (Senasa) estão no Brasil desde segunda-feira, para fazer uma auditoria no sistema de controle sanitário do Ministério da Agricultura (Mapa) e da Companhia Integrada para o Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc). Na segunda-feira eles estiveram em Brasília, no Ministério e, na terça-feira, visitaram a superintendência do Mapa em Santa Catarina.

Nesta quarta-feira, visitaram os escritórios da Cidasc em Videira e Rio das Antas, o posto fiscal de Água Doce e a granja de suínos Novo São Paulo, em Rio das Antas.
-É uma propriedade com um plantel de 15,8 mil suínos, que vende reprodutores para criadores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná- informou o veterinário responsável pelo escritório de Rio das Antas, Ronaldo Domingos Loss.

Ele informou que os técnicos argentinos questionaram sobre o controle sanitário e que, aparentemente, ficaram satisfeitos com as respostas. Nesta quinta-feira eles fará uma reunião na sede da Cidasc, em Florianópolis, antes de voltarem para a Argentina. Depois disso eles farão um relatório liberando ou não as exportações.

Márcio Pinto Ferreira disse que os argentinos têm interesse em reprodutores da granja catarinense pois o estado é o único com certificado de Zona Livre de Aftosa Sem Vacinação. Somente o Chile a região da Patagônia, na Argentina, tem o mesmo status, segundo Ferreira. Por isso os suínos catarinenses seriam levados para a Patagônia, para reprodução e multiplicação.

Para o presidente da ACCS, Losivânio De Lorenzi, a procura por suínos vivos de Santa Catarina comprova a qualidade da carne e do material genético catarinense. -O Brasil é importador de material genético mas a venda para Argentina pode divulgar o estado como referência na suinocultura- destaco Losivânio. Ele acredita que graças ao trabalho de melhoramento genético o estado pode também se tornar um exportador de reprodutores, com bons ganhos para a cadeia produtiva.

Bovinos para a Bolívia

Além da possibilidade de venda de suínos vivos Santa Catarina também está iniciando a exportação de bovinos. Na próxima semana serão embarcadas 103 vacas da raça Jersey para a Bolívia. Santa Catarina é um dos estados onde houve maior crescimento da produção leiteira nos últimos 15 anos. E a genética leiteira também evoluiu a ponto de despertar interesse comercial.

Fonte: Diário Catarinense