Origem do avião que Eduardo usava quando sofreu desastre aéreo que o matou é investigada pela Polícia Federal

Três empresas sem capacidade financeira emprestaram dinheiro para a compra do jato em que Eduardo Campos viajava para fazer a campanha eleitoral.

Poucos mais de 15 dias após a sua morte em um desastre de avião na cidade de Santos (SP), o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) continua no noticiário. Dessa vez, o Jornal Nacional mostrou que o jato Cessna, em que o político voava durante a campanha, foi financiado por três empresas fantasmas ou sem capacidade financeira. O JN teve acesso aos extratos bancários da AF Andrade, empresa que, para a Agência Nacional de Aviação civil (Anac), é a proprietária do avião.

As empresas teriam realizado empréstimos à AF Andrade, que estaria comprando o avião. Já foram pagas 16 parcelas, que totalizam R$ 1, 71 milhão. O Cessna custa R$ 26 milhões.

Entre as empresas que realizaram transferências para A. F Andrade está a Giovane Peixaria, localizada em uma favela da periferia do Recife. O JN mostrou que o morador do local – que se chama Giovane – vive em condições precárias e não poderia ter feito um empréstimo de R$ 12 mil para a AF Andrade.

Outra empresa, a RM Construções, tinha realizado 11 transferências até 30 de julho, totalizando R$ 290 mil. A maior transferência feita para a AF Andrade foi de R$ 727 mil, no dia 15 de maio, pela Leite Imobiliária, de Eduardo Freire Bezerra Leite. O jornal foi até o local em que a empresa está sediada e constatou que se trata de um escritório inativo, na verdade, uma casa abandonada. Os extratos bancários aos quais o JN teve acesso foram entregues à Polícia Federal pelos donos da AF Andrade.

Em nota, o PSB afirmou que o acidente que vitimou Eduardo Campos e mais seis pessoas dificultou a tomada de informações sobre o avião.

Fonte: Congresso em Foco