O técnico Dunga se inspirou em sua própria história para convencer os jogadores de que é possível superar o fracasso na Copa do Mundo. Ele acredita que é o melhor exemplo de superação neste momento.

Na palestra aos jogadores, na noite da última segunda-feira, em seu primeiro contato com o grupo todo, o treinador lembrou que foi duramente criticado na Copa de 1990 e depois foi campeão do mundo em 1994.

— Eu fui execrado na Copa de 90 e depois fui campeão do mundo — disse o treinador, de acordo com o relato de um dos jogadores.

Em 1990, o Brasil foi eliminado pela Argentina nas oitavas de final. Antes do torneio, o então treinador Sebastião Lazaroni afirmou que sua equipe teria como símbolo um volante forte e vigoroso, alinhado ao padrão europeu de marcação: Dunga. O Brasil perdeu e o time ficou marcado como “era Dunga” de maneira negativa.

Quatro anos depois, ele deu a volta por cima e ergueu a taça nos Estados Unidos. Mas nunca se esqueceu da marca que carregou por quatro anos.

A motivação emocional do grupo parece ser a prioridade de Dunga antes do jogo contra a Colômbia, nesta sexta, em Miami. O time titular já está definido. Nesta quarta, ele manteve a equipe que havia escalado no primeiro dia de treinamentos com oito atletas que estavam no grupo de Felipão — entre eles cinco titulares. Miranda, Filipe Luís e Diego Tardelli permaneceram como as novidades.

— O Brasil tem uma história de toque de bola e isso é importante. Acho que teremos mais velocidade para ir para cima do adversário. Sempre vamos para cima — disse o meia Oscar.

Por outro lado, o técnico manteve a preocupação com a intensidade e a marcação forte, privilegiando lançamentos e jogadas de velocidade. Contra a Colômbia, o Brasil deverá ficar menos tempo com a bola nos pés e partir rápido para a definição.

— É importante saber variar o estilo de jogo. Em alguns momentos, vamos cadenciar. O importante é ter velocidade para surpreender o adversário — disse o meia William, escalado como titular no primeiro treino.

Outra mudança no estilo de jogo, reafirmada no segundo treino, foi a presença de atacantes que se movimentam constantemente, sem a referência na área, como era Fred. A mudança foi comemorada por Diego Tardelli.

— O Dunga pediu para eu jogar sem posição fixa, rodar o campo todo e mudar de posição com o Neymar. Isso é bom. É o estilo que eu gosto de jogar — disse o atacante do Atlético Mineiro.

Dunga aposta em um time experiente porque sabe que precisa vencer para resgatar a confiança do grupo e ter tranquilidade para trabalhar. No jogo contra o Equador, na próxima terça, deve dar chance aos mais novos.

— Fica a expectativa de que todos possam ter uma oportunidade, e a gente espera poder colocar todos nos amistosos — afirmou o técnico.

Fonte: ZH