Família e delegado questionaram exame feito no IML de Blumenau. Laudo da morte de menina de seis meses aponta parada cardiorrespiratória.

Deve ser exumado nesta quarta-feira (19) o corpo de menina de seis meses que morreu em uma creche de Indaial, no Vale do Itajaí. O pedido foi feito pela Polícia Civil, depois que o delegado e a família do bebê questionaram o exame feito pelo Instituto Médico Legal (IML).

Maria Eduarda morreu na segunda (17) em uma creche domiciliar. O Hospital Beatriz Ramos, responsável pelo atendimento da criança, emitiu um laudo apontando como causa da morte uma parada cardiorrespiratória. A família, no entanto, disse duvidar do atestado.

A Polícia Civil abriu inquérito para descobrir as causas da morte. Na noite de segunda, pediu que o corpo da criança fosse retirado do velório e levado ao IML. A família foi contra, mas o pai autorizou o procedimento.

Porém, reclamou que o exame não foi feito da maneira que deveria. “Ela estava do jeito que a gente levou. Não tinha nada. Nenhuma marcação, nenhuma perfuração. Ele falou que não podia passar por cima de uma ordem médica, que o óbito já estava dado”, disse o pai, Gilmar Bezerra.

O gerente do Instituto Geral de Perícias (IGP) de Blumenau confirmou que o corpo da criança não passou por uma necropsia e disse que o médico legista fez apenas uma análise externa para saber se a menina tinha algum tipo de ferimento ou hematoma. Segundo ele, diante da certidão de óbito, esse era o procedimento mais adequado.

Exumação
Contudo, o delegado responsável pelo caso, José Klock, também questionou o procedimento e pediu que o corpo fosse exumado. ”Não podemos enterrar uma criança, uma pessoa, um cidadão, com uma morte desconhecida. Todo mundo precisa saber do que foi realmente que essa criança morreu”, disse.

O enterro de Maria foi no início da tarde desta terça. A exumação foi liberada e deve ocorrer na quarta. O delegado também quer entender por que a polícia não foi avisada. O Hospital Beatriz Ramos, onde a menina deu entrada, justificou que os médicos plantonistas identificaram que se travava de morte natural.

A creche onde a criança estava permanece fechada. O inquérito policial segue e os pais da menina deverão ser os primeiros a serem ouvidos.

FONTE: G1/Santa Catarina