Desde 2008, uma lei estadual garante proteção aos professores em Santa Catarina. Só no ano passado, o estado registrou 17 educadores que tiveram de ser substituídos ou transferidos porque sofreram violência dentro da sala de aula.

Conforme mostrou reportagem do RBS Notícias desta quarta-feira (14), todo mês, pelo menos dois mil professores catarinenses têm de ser afastados do trabalho por problemas de saúde, como estresse e depressão.

“A lei prevê afastamento em situação de risco, transferência para outra escola e assistência tanto para o educador que sofre a ameaça, quanto para o aluno infrator”, explica Rosemeri Koch Martins, coordenadora do núcleo de prevenção à violência na escola.

Em casos mais graves, pode haver punição, mesmo que o infrator seja menor de idade: “Essas medidas podem ir desde a advertência, prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida até, em casos mais graves, a questão da internação”, detalha o promotor de justiça Marcelo Wegner.

Violência levou à desistência

Ainda conforme mostrou a reportagem, um professor catarinense, que preferiu não se identificar, abandonou a profissão depois de sofrer diversas ameaças. A maior delas começou por conta de um celular ligado dentro da sala de aula.

“Chamei a atenção pra ele desligar o celular, guardar o celular no momento que eu tava trabalhando o conteúdo, né”, conta o educador. Foi o suficiente para o aluno se sentir ofendido e dar início à intimidação da vítima. Quando deu queixa na delegacia, o professor descobriu que o aluno era, na verdade, um velho conhecido da polícia.

“Já estava com mandado de busca e apreensão, assalto à mão armada, envolvimento com drogas, tráfico de drogas… E tu não sabe se ele está armado ou não, porque a escola não tem segurança”, explica.

Com medo, o educador optou por abandonar o emprego. O detalhe é que ele já estava substituindo uma colega que havia sido agredida na mesma escola. Depois de uma década dentro da sala de aula, ele decidiu mudar de emprego.

“Não pretendo voltar. Um professor tem de receber todas as homenagens porque, quem consegue se manter em sala de aula, é um herói mesmo”, desabafa.

FONTE: G1/SC