Eles pedem equiparação ao salário dos trabalhadores do Paraná.

Motoristas, guardas e chefes de equipe do transporte de valores de Santa Catarina entraram em greve por tempo indeterminado. Eles reivindicam equiparação de salário com os funcionários do Paraná.Cerca de 2.800 trabalhadores da empresa Prosegur decidiram cruzar os braços desde esta segunda-feira (30). Eles afirmam que, apesar de pertenceram à mesma empresa, funcionários do Paraná ganham 40% a mais que os trabalhadores de Santa Catarina. “Nossa função é muito importante para a sociedade e, se a greve continuar, vai causar impacto”, afirma o chefe de equipe Tiago Ventura, 31, que está há três anos na empresa. Ele se refere a uma possível falta de dinheiro em caixas eletrônicos espalhados em pontos específicos, como em shoppings e super mercados, nos municípios.

Segundo ele, já foram realizadas três rodadas de negociações, mas, até a manhã desta terça, nenhuma proposta foi apresentada pela empresa. Em Florianópolis, apesar da greve, os trabalhadores estão concentrados em frente à sede da empresa, que fica no bairro Estreito. Até a publicação desta matéria, a reportagem não conseguiu contato com o Sindesp-SC (Sindicato das Empresas de Segurança Privada) para dar sua posição sobre o assunto.

Os trabalhadores atestam que, no Paraná, o salário da mesma empresa é cerca de 40% maior.

A greve dos trabalhadores do transporte de valores de Santa Catarina chega ao terceiro dia nesta quarta-feira (1) com 100% de adesão no estado, segundo o sindicato da categoria. Em alguns bairros de Florianópolis e Chapecó, no Oeste, o dinheiro começa a faltar nos caixas eletrônicos.

“A situação tende a piorar a partir desta quarta, porque começa o pagamento dos aposentados, dos funcionários estaduais e dos beneficiários do Bolsa Família”, avaliou o representante sindical Jeferson Santos.

Conforme o sindicato, uma reunião entre os trabalhadores e o sindicato patronal ocorrerá às 14h30 desta quarta no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

“Nossas reinvindicações estão mantidas, esperamos que nesta reunião os patrões ofereçam algo, dependendo da oferta, talvez, ocorra negociação, senão permaneceremos em greve por tempo indeterminado”, disse Santos.

A reportagem do G1 entrou em contato com o Sindicato das Empresas de Segurança Privada (Sindesp- SC) para obter uma posição a respeito do assunto, mas até a última atualização desta notícia não obteve um retorno.

Reivindicações
Os cerca de 1,7 mil trabalhadores reivindicam equiparação dos salários ao valor pago à categoria no Paraná e que o vale-refeição suba de R$ 25 para R$ 30.

“No Paraná, os mesmos clientes pagam R$ 800 a mais para os trabalhares. O funcionário catarinense recebe praticamente metade do que um paranaense hoje”, disse Jeferson Santos, delegado sindical de São José.

Eles são prestadores de serviços a bancos, lotéricas e casas de câmbio e chegam a aproximadamente dois mil trabalhadores em Santa Catarina.

Trabalhadores aderiram à greve em Joaçaba (Foto: Sintravasc/Divulgação)

Trabalhadores aderiram à greve em Joaçaba (Foto: Sintravasc/Divulgação)

Segundo o Sintravasc, atualmente, no estado os guardas têm um piso salarial de R$ 1.471, os motoristas, de R$ 1.576, e os chefes de equipe recebem cerca de R$ 1,7 mil.

“Nossa data-base é de 1º de maio, desde abril estamos tentando negociar com patrões, mas eles ofereceram um aumento de apenas 9%, quando o INPC foi de 9,83%. No caso de o impasse não ser resolvido hoje (segunda-feira), é bom que a população fique atenta que os caixas eletrônicos, por exemplo, estão abastecidos para no máximo dois dias”, disse Jeferson.

Conforme o sindicato, desde 2011, quando a categoria fez greve de 11 dias, não havia paralisação.

 

FONTE: NOTÍCIAS DO DIA G1/SC